terça-feira, 12 de maio de 2009

Uma nova concepção de vida


O texto "Uma nova concepção para a vida" [1] de Pierre Weill, serviu de base para o propósito do blog Cuidar de Gaia.
Uma nova concepção de vida
PIERRE WEIL

“(...) Acumulamos conhecimento em quantidade. Mas, sem sabedoria para usá-los, podemos destruir-nos e ao mundo que habitamos.

(...) Somos os expectadores privilegiados e os atores principais de mais este ato da “comédia humana. Trata-se de um momento de síntese, integração e globalização. Nesta fase, a humanidade é chamada a colar as partes que ela mesma separou nos cinco séculos em que se submeteu a ditadura da razão.

Esse esforço começa a se fazer necessário porque a crise de fragmentação chegou a limites extremos e ameaça a sobrevivencia de todas as formas de vida sobre a terra.

Dividimos arbitrariamente o mundo em território, pelos quais matamos e morremos. Já se produziram armas nucleares que poderiam destruir várias vezes o nosso planeta. A loucura e a competição são tão ferozes que ignoram o óbvio: não haverá uma segunda terra para ser destruída, nem ninguém ou coisa alguma para acionar o gatilho atômico depois da primeira vez.
Quebramos a unidade do conhecimento e distribuímos os pedaços entre os especialistas. Para os cientistas, demos a natureza; aos filósofos, a mente; aos artistas, o belo; aos teólogos, a alma.
Não satisfeitos, fragmentamos a própria ciência, espalhando-a pelos domínios da matemática, da física, da química, da biologia, da medicina e de tantas outras disciplinas. O mesmo ocorreu com a filosofia, a arte e a religião, cada um desse ramos se subdividindo ao infinito.

Como consequência, o mundo tornou-se uma verdadeira “torre de babel”, onde os especialistas falam cada qual a sua língua e ninguém se entendem.

A mais ameaçadora de todas as fragmentações, no entanto, foi a que dividiu os homens em corpo, emoção, razão e intuição, porque ela nos impede de raciocinar com o coração e de sentir com o dérebro.
Autor da Teoria da Relatividade, o físico Albert Eintein demostrou no ínicio do século que tudo no universo é formado pela mesma energia,[2]do mesmo modo que, embora vistos como diferentes, o gelo e o vapor são apenas água...

Desse modo, a fragmentação só existe no pensamento, cuja propriedade essencial é justamente a de classificar, dividir e fracionar, para, em seguida estabelecer relações entre estes fragmentos.

Recuperar a Unidade perdida significa recuperar a paz. Mas, desta vez, o inimigo a derrotar não é estrangeiro. Ele mora dentro de nós. É a força que isola o homem racional de suas emoções e intuições.

Foi a própria ciência moderna que começou a exigir o surgimento de uma nova consciência. Incapazes de responder às questões que eles mesmos formulavam, muitos físicos saíram em busca da psicologia, da religião e das mais importantes tradições[3] da humanidade.

Este encontro entre a ciência moderna, os estudos transpessoais e as tradições espirituais contitui o que chamamos de visão holìstica. É importante que tenhamos uma clara noção dessa mudança de visão e das consequências que ela traz para educação. (...)”

[1] Weil, Pierre. A Arte de Viver em Paz. São Paulo: Editora Gente, 1993. PP 19,20 e 21.
[2] LUPASCO, S. Les TROIS Matières. Paris, Juliard. 1960, NOREL, G. Histoire de la Matière et de la vie – Les Transformations de L’Évolution. Paris, Maloine. 1984.
[3] Este escontro transdiciplinar é objeto de uma das recomendações da declaração de Veneza, elaborada sob patrocinio da Unesco. Leia La Science face aux Confins de la Connaissance. Coloque International – La Déclaration de Venise. Paris, Ed. Du Félin. Colletion Science et Connaissance. 1987.

Um comentário:

  1. O blog está simplesmente MARAVILHOSO. Parabéns pelos temas escolhidos e seus respectivos textos e músicas.
    Vale ressaltar que adorei esse texto.
    Esse blog, como você disse desejar, relamente está sendo contribuição positiva em prol da evolução da nossa consciência.
    Espero que continue com o blog cada vez mais lindo
    grande beijo
    Camila

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